Sem dúvida, um verdadeiro banquete para os nossos sentidos!

Como sabemos, os sentidos são como que portas que dão acesso à nossa alma; e justamente por isso precisamos ter todo cuidado com aquilo que, de certa forma, permitimos que passe através delas. O bombardeio de sons, palavras, imagens, sensações enfim, nos fragiliza, nos deixa praticamente sem defesa; acaba por roubar nossa vontade e por cima da inteligência, onde o pensamento do Bom, do Belo e surge em nossa consciência uma espécie de cortina de fumaça, que dificulta a distinção, a separação do que é bom e lícito para nós, daquilo que não nos convém como católicos, como filhos de Deus e Nossa Senhora. Desse modo, acabamos por expor nossa alma, nosso ser mais íntimo e as nossas faculdades (memória, afetividade… e especialmente a imaginação) à contaminações e feridas que poderiam muito bem ser evitadas se soubéssemos nos preservar, se ficássemos mais atentos ao que “engolimos” através dos nossos sentidos.

É urgente que estejamos atentos sempre e em todo lugar; que deixemos as obras das trevas e vistamos as armas da luz, assim nos fala S. Paulo na sua carta aos Romanos (cf. Rm 13, 11-14).

Então, em vez de ocuparmos nossos sentidos e faculdades com divertimentos que não fazem outra coisa senão nos empurrar para o pecado; nos “ocupemos com tudo o que é verdadeiro, nobre, justo, puro, amável, honroso, virtuoso, ou que de algum modo mereça louvor”. (cf. Fl 4,8) Assim seremos capazes de uma alegria perene, que não está condicionada ao uso de entorpecentes ou qualquer coisa semelhante, e principalmente, seremos capazes de divertimentos verdadeiros, que não contrariem nossa natureza.

E uma dessas atividades sadias  é a contemplação das coisas criadas por Deus como, por exemplo, um dos mais formosos de todos os lugares da região de Bonito e Jardim (MS), o pequeno e cristalino Rio Olho d´Água. Ele nasce de fontes subaquáticas do Aquífero Guarani.

As nascentes desse rio são conhecidas como “vulcões”, dado o movimento incessante da areia se movendo em cada pequeno olho d’água, sobretudo no fundo do lago inicial. O rio é repleto de belos peixes de variadas cores como piraputangas, pacus e até o imponente Dourado. Todos muito dóceis, ao ponto de permitirem aproximação sem se espantarem. O rio passa por uma forte corredeira, de alva água borbulhante sob a mata ciliar, e retoma seu curso normal, até desaguar no rio da Prata, com a água um pouco menos cristalina e bem mais fria do que seu belo afluente.