Certa vez, estava Joana acalentando seu pequeno irmão de apenas 6 meses em seus braços enquanto entoava uma doce e suave canção de ninar. Sua amiga Maria estava analisando a afetuosa cena, aproximou-se e lhe perguntou:
– O que será que ele vai ser quando crescer?
– Não sei, minha mãe quer que seja um artista, um grande músico ou um excelente pintor. Já meu pai diz que ele tem de ser um grande advogado, com muita boa fala como ele.
– Nossa, mas e você Joana? o que quer que seu irmão seja?
– Posso ser bem sincera?
– Sim, mas é claro, afinal, somos amigas!
– Eu quero que ele seja padre!
– PADRE?! POR QUE?!
– Ora Maria, não se assuste, por que você tem uma boa educação? seus pais não lhe deram?
– Sim, foi isso.
– E eles não estudaram em um colégio de padres Jesuítas?
– Sim.
– Pois bem, a educação que eles tem devem aos padres! A fé que tem, quem a alimentou? os padres! os bons ensinamentos, bons conselhos e principalmente os sacramentos, quem lhes ofereceu? os padres! Já pensou que horror seria o mundo se não houvessem padres?
– Nossa Joana! tudo isso é verdade mas… e o sonho dos seus pais? Você não quer deixa-los felizes?
– É evidente que quero! mas não vejo maneira de haver maior alegria em nosso lar do que sendo meu irmão um santo padre. E tem mais Maria, uma coisa não exclui a outra! Ele pode ser um ilustre advogado, um excelente orador, um magnífico pintor e até mesmo um grande músico sendo um padre, e ainda por cima salvar muitas almas!
– Minha querida Maria, já lhe explico…
A Santa Igreja é como uma fonte de águas abundantes. Ela sempre está a jorrar novas vocações, novos chamados e novos carismas. Suas águas assim, regam a terra e fazem com que produza perfumadas flores e saborosos frutos, que são os Santos e Santas que estão no Céu.
Cada ordem religiosa tem a sua maneira de ser, agir e pregar, de acordo com o carisma herdado por seu fundador, entretanto, existem exceções, ou melhor, maravilhosas exceções!
Por exemplo, certa vez estava São Francisco de Assis com um outro irmão religioso decididos a fazer uma pregação. Tomaram seus hábitos e puseram-se a caminhar pela cidade. Passou-se o dia e estavam eles a regressar ao converto quando o religioso diz a São Francisco.
– Irmão Francisco, não íamos fazer uma pregação?
– Sim meu irmão, e já a fizemos! O simples fato de caminharmos pela cidade vestidos desse hábito já foi uma pregação!
E de fato, o povo ao ver os religiosos imediatamente lhes vinha a lembrança a figura de Deus, e dessa maneira muitos se convertiam de suas vidas erradas.
Um outro fato muito interessante se deu com um membro da ordem dos Dominicanos, chamava-se Fra Angélico. Os dominicanos são conhecidos por suas exímias pregações, e passam longo tempo praticando a arte da oratória. No entanto, Fra Angélico era conhecido por um outra arte, a pintura. Fazia obras de incomum beleza e com ar profundamente sobrenatural, e eram a tal ponto esplendorosas, que seu superior o dispensou de pregar por palavras para que pudesse pregar por pinceladas.
Há ainda, aqueles que por meio de suaves melodias encantaram e converteram povos
inteiros, como foi o caso de São Gregório Magno na chamada “Missão Gregoriana”. Monges Beneditinos rumaram as terras Anglo-saxônicas realizando um apostolado cultural que obteve grande êxito; por meio do canto gregoriano converteram a nação que futuramente se chamaria Inglaterra.
Mas sem dúvida alguma, a maior forma de pregação é a da prática da palavra. “Se alguém me ama, guardará a minha palavra. Meu Pai o amará, nós viremos a ele e faremos nele morada”. (Jo 14, 20) Ou seja, é o próprio Deus que habitando naqueles que o amam que falará em seu lugar, e anteriormente diz “Aquele que crê em mim fará também as obras que tenho realizado. Fará coisas ainda maiores do que estas…” (Jo 14, 12)
Mas e agora, será que Joana conseguiu se explicar a Maria?
– Nossa Joana! Que belas palavras… realmente muito bonitas, mas, o que mais gostei foi do exemplo de fé que você me deu! Agora sim entendi o que me disse!
– Maria, “As palavras comovem, mas os exemplos arrastam”, bons pregadores são aqueles que ilustram as verdades com o exemplo de suas vidas, mas o que me deixa mais contente é saber que agora pensa de maneira correta. Aqueles que fazem o bem tem mais alegria do que os beneficiados, e é isso que desejo ao meu irmão, a felicidade para ele e para o mundo!
Texto: Andrey Santos
Fotos: Arquivo Arautos do Evangelho
É isto mesmo, seguindo o conselho do Evangelho, que as boas obras que Nossa Senhora nos dá a graça de praticarmos não fiquem ocultas como uma lanterna escondida debaixo da cama, mas brilhem bem forte sobre os telhados para que, vendo-as, as pessoas glorifiquem a Deus, sigam o exemplo e se salvem.