Ao participarmos de um grandioso cortejo, ou então uma solene celebração litúrgica, com incenso, turibulo, instrumentos musicais, cânticos magníficos e cerimonial impregnado de esplendor, nos dizemos a nós mesmos: “Como tudo isso é belo! Como é rico e magnífico! Como é bela uma cerimônia!”
Vejamos alguns trechos de uma cerimônia realizada no Seminário dos Arautos em São Paulo.
E analisando a história, vemos que desde os primórdios da humanidade, o cerimonial faz parte de nossas vidas, e por incrível que pareça, todos os dias, por vezes sem nos darmos conta.
Uma refeição em família, todos se reúnem à mesa, onde o pai se assenta em seu local de costume, tendo ao seu lado sua esposa, ambos rodeados de seus filhos a travarem uma agradável conversa. É uma cerimônia do dia-a-dia, mesmo que seja de singela simplicidade.
Já na época de Nosso Senhor Jesus Cristo, eram realizados no templo inúmeras cerimônias, sobretudo tendo como ápice as festividades da Páscoa, na qual se comemorava a passagem do povo eleito pelo Mar Vermelho e a libertação da escravidão aos egípcios.
E não somente entre os Israelitas, o cerimonial estava presente entre todos os povos; egípcios, com suas honras prestadas ao Faraó, gregos e suas aberturas de jogos e campeonatos, povos nórdicos com danças e festividades em louvor a chegada da primavera e por aí vai.
O cerimonial é uma necessidade intrínseca no ser humano, e ele pode ser admirado em diversos aspectos da natureza, por exemplo, ao vermos a cena de dezenas de golfinhos saltando e rodopiando alegremente em meio a um magnifico por do Sol que se esvai sobre o infindo mar mediterrâneo.
Ou ainda, uma gigantesca baleia, o maior de todos os seres vivos da terra superando todas as expectativas de seu físico, dá um magnifico salto retirando seu enorme corpo da água deixando aqueles que assistem extasiados.
Esses gestos “cerimoniosos” que vemos nos animais, também estão presentes nas espetaculares “apresentações” da natureza que Deus, em sua infinita bondade, concedeu aos homens o dom de comtemplar.
Por exemplo, um magnífico por do Sol, quando seus últimos raios deixam de vislumbrar no horizonte em um esplendoroso degrade multicolorido, tornando-se cada vez mais intenso até atingir o seu auge, e nobremente deixar de banhar a terra com seu calor até a alvorada do dia seguinte… É de encantar a mais fria das almas!
Ou ainda, o suave desenrolar da doce queda de milhares de cristais congelados que se deitam sobre o solo, formando um belíssimo tapete de singular alvura, conferindo a terra um aspecto paradisíaco e repleto de inocência… Um ambiente dourado dos sonhos primaveris de todas as crianças.
Ao ver esses exemplos, podemos nos perguntar: “Por que existe isso? Qual a necessidade de haver, todos os dias, gestos, fenômenos e ocasiões tão solenes? Por que o Cerimonial atrai tanto os homens?”
A resposta a essa pergunta, se dá ao fato de Deus ter inserido no homem um instinto cerimonioso. O Criador representou na sua obra, grandes e pequenas cerimonias, essas são prefiguras de cerimonias superioras.
Mas por que isso? Para sobretudo nos preparar para as cerimônias que nos estão reservadas no Céu, onde esse desejo de sublimidade e esse instinto do Divino será inteiramente saciado nas pompas e alegrias de nosso Pai, na eternidade.
Já imaginaram a cerimônia de Entrada Triunfal de Nossa Senhora no Céu, rodeada de milhões de milhões de anjos tocando e cantando músicas de incalculável beleza, e prestando as maiores honras que se pode haver no Paraíso junto de Deus? É de se perder a cabeça! mas isso fica para uma outra ocasião…
Texto: Andrey Santos
Fotos: Arquivo Arautos do Evangelho
É suspirar, rezar e esperar!… Salve Maria!