Ao longo dos anos, a piedade católica produziu inúmeras medalhas, tendo em vista o afervoramento dos fiéis que as portassem devotamente. Entre elas, destaca-se uma que não foi elaborada pela imaginação humana, mas foi uma obra vinda diretamente do Céu.
Uma jovem de nome Catarina, aos seus nove anos de idade perde sua mãe. Desolada, ela se apresenta diante de uma imagem da Santíssima Virgem e lhe diz: “Tomai Vós o lugar de minha mãe!”. Esse foi o primeiro vínculo firmado por ela com Nossa Senhora, a quem desde então, se manifestaria de uma forma extraordinária a Catarina e ao mundo.
Certa noite, Catarina sonha estar em uma pequena igreja de sua vila durante a Santa Missa, ela está encantada. Após a missa, o padre faz um sinal a ela indicando que se aproximasse. Catarina ao mesmo tempo atraída e amedrontada, começa a recuar, caminhando de costas e olhando para o padre. O sacerdote então lhe diz: “Agora você foge de mim, mas um dia, se sentirá feliz em vir até mim! Deus tem desígnios a seu respeito…”
Aos dezoito anos, Catarina ainda analfabeta, vai estudar em um pensionato dirigido por sua prima. Essa a leva em uma ocasião, ao convento das Irmãs da Caridade. Ao chegar em uma sala, Catarina se toma de uma enorme surpresa; em um quadro na parede, estava presente a imagem do mesmo padre que ela vira em sonho. Intrigada exclamou: “Quem é ele!?” – “É nosso Pai e Fundador São Vicente de Paulo”, lhe diz a religiosa. Tudo agora fica claro para ela; Deus queria que ela se tornasse uma Irmã da Caridade.
Catarina suplica ao seu pai que a deixasse ir para o Convento, este se opõe a ideia e tenta dissuadi-la, mas em vão. Apenas aos vinte e três anos de idade ela consegue a permissão de seu pai, mas, ao se apresentar no convento, não é aceita por possuir baixa escolaridade. Catarina volta a estudar e, após quatro anos ela é admitida no convento.
Ela faz seu noviciado em Paris, na Rue du Bac, onde ficava o convento, e onde se deram as aparições.
Nesse convento, ela tem aparições de seu Fundador, São Francisco de Paula, e de Nosso Senhor Jesus Cristo, estando o Santíssimo exposto. Ela comunica a seu confessor sobre as aparições, mas este não crê e a proíbe de falar em visões.
Em 18 de julho de 1830, estando Catarina em profundo sono, é acordada por uma voz infantil; uma criança luminosa lhe aparece e diz: “Minha irmã, a Virgem Santíssima está a sua espera.” Ela o segue até a capela, e lá, próximo ao altar, estava Nossa Senhora sentada em uma cadeira. Catarina se ajoelha e fica com as mãos apoiadas sobre os joelhos da Santíssima Virgem.
Nossa Senhora lhe diz com grande tristeza a respeito das revoluções que derrubariam o rei da França, e de futuras catástrofes mundiais. Ela expõe a seu confessor que novamente não lhe dá ouvidos. Oito dias depois, uma revolução derruba Carlos X, o palácio do Arcebispo é saqueado. Pela primeira vez, seu confessor fica impressionado…
Em 27 de novembro de 1830, estando Catarina no coro junto de suas irmãs, vê ela a Santíssima Virgem segurando um globo em suas mãos representando o mundo, em seus dedos anéis, desses irradiavam raios de luz. Eram as graças que Nossa Senhora distribuía aos homens que as pediam. Depois o globo desapareceu, e em torno d’Ela apareceu um oval em forma de medalha, e escritas as palavras: ” Ó Maria concebida sem pecado, rogai por nós que recorremos a Vós”. A medalha se vira e aparece o reverso; uma cruz sobre a inicial “M”, abaixo os Corações de Jesus e da Maria, e contornado a medalha, doze estrelas. Catarina então ouve dizer: ” Fazei cunhar uma medalha segundo esse modelo, as pessoas que a portarem gozarão de proteção especialíssima da Mãe de Deus”
Catarina conta a seu confessor, que novamente não a ouve e a repreende. Em dezembro, novamente aparece Nossa Senhora e ordena a confecção da medalha.
O arcebispo autoriza a confecção, mas proíbe de se falar em aparições. São distribuídas as medalhas para as irmãs sem ser dito a origem delas. Enquanto isso, uma epidemia corria em Paris, já eram cerca de 20.000 mortos. As irmãs não sabendo mais o que fazerem aos doentes, passaram a distribuir as medalhas aos enfermos. E então, oh! que espanto, os doentes que recebem as medalhas ficam curados!
“A medalha é milagrosa!!” , passam a exclamar, e o nome se mantém até os dias de hoje. Os milagres também são espirituais como conversões de pecadores e graças obtidas pelo uso da medalha.
Em pouco tempo, a medalha se espalha pelo mundo todo. Dessa forma, a devoção a Nossa
Senhora se rejuvenesce, outrora apagada pelos pecados cometidos durante a Revolução Francesa. Por meio da medalha milagrosa, se reacende a chama da devoção a Santíssima Virgem.
Meu caro leitor, se ainda não possui a sua “Medalha Milagrosa”, convidamos que a adquira o quanto antes. Afinal, um tão precioso presente vindo dos Céus, diretamente das mãos puríssimas de Nossa Senhora, deve ser tomado com inestimável carinho e portado com ufania por todos os seus filhos.
Texto: Andrey Santos
Fotos: Arquivo Arautos do Evangelho
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