“Sabe da última que aconteceu?…”

Desde que o mundo é mundo, as novidades têm um atrativo irresistível. Mas no tempo em que não havia televisão, nem rádio, nem jornal, as novidades palpitantes eram mais saborosas, e impressionavam incomparavelmente mais do que hoje em dia. Eram tão procuradas que alimentavam até uma profissão: a dos contadores de novidades (em francês: nouvellistes). Era uma profissão e também uma arte, pois o “nouvelliste” tinha de contar a notícia de forma atraente, com belas descrições, pondo nisto o seu talento pessoal. Talvez por isso se diz que quem conta um conto aumenta um ponto…

Em nossa época, as novidades não têm tantas exigências. Basta que criem sensação. E, é claro, as más notícias impressionam mais do que as boas. Elas escracham como a intensidade de um dilúvio, cada vez que acessamos qualquer um dos meios de obtenção de notícias atuais… E tanta é sua abundância que já estamos saturados de novidades, sobretudo das ocorridas durante este ano: crises políticas e econômicas, atentados, apreensões de toda ordem, possíveis guerras, etc.

As novidades de hoje têm um defeito que as de antigamente não tinham. Ficam velhas e sem graça muito rapidamente. Bastam algumas horas. Para saciar o apetite de novidades que se satisfaz tão depressa é preciso contar, ou inventar, outras novidades mais sensacionais que as anteriores, até o ponto em que a vítima deste esgotante processo diga para si própria: “Chega!!” E enfastiada de tanta notícia, faça a si mesma seguinte pergunta:

Não haverá boas novidades para contar?

Leitor, leitora, se você se sente vítima desse desgastante processo psicológico, realize uma experiência nova. Desligue a televisão e faça um passeio por algumas novidades da Igreja Católica.

Mas a Igreja tem novidades para contar? Ela é tão antiga!…

   Ao lado de suas inúmeras e veneráveis tradições, a Igreja tem sempre riquezas novas para oferecer a seus filhos. Manifestam-se de forma viva no exemplo dos santos, em suas realizações, em seus novos carismas, na arte e na cultura que Ela continuamente inspira, e em tantas coisas mais.

É uma imagem do que será a vida no Céu. Deus, que é eterno, tem sempre belas novidades para nos contar. Será esse um dos aspectos da felicidade que gozaremos no Paraíso, quando, pela misericórdia infinita de Nosso Senhor Jesus Cristo, lá chegarmos.

Texto: Marcus Vinicius do Prado

Fotos: Arquivo particular dos Arautos do Evangelho